terça-feira, 6 de julho de 2010

TEORIAS DA AÇÃO COMUNICATIVA

A pedagogia escolar surgiu no século XVII. É uma ciência da educação, processo escolar ( ensinar – aprender ). A Pedagogia se refere a dimensão da vida humana, da constituição humana, , cultura humana ( eu – coisas ), sociedade humana ( eu – outro ), personalidade / subjetividade ( eu – eu ), nos constituímos pedagogicamente, ela começa ainda na gestação. A pedagogia é uma base de formação( formatação ), as gerações novas sempre são formatadas pelas gerações antigas, a relação que os filhos tem com os pais é uma relação pedagógica ( como o cuidado, a dependência ), assim como a relação entre a escola e os pais que também é pedagógica. Toda relação pedagógica é uma relação tencional, se ela não tenciona ela não cumpre sua função.
A escola é um lugar de ensinar e aprender, é o lugar da aprendizagem mais rápida, onde o professor tem que estar atualizado na maneira em que a sociedade vive, tornando comum uma cultura, sendo que a educação só ocorre se nós nos tornarmos os protagonistas, os autores da nossa vida.
Não há educação sem autoridade, não transferimos conhecimentos através da educação. “ Educar não é transferir conhecimentos, mas criar as condições para sua construção e reconstrução” Paulo Freire.
Conforme texto da apostila “ A questão central da educação é a da mediação das aprendizagens, condição para o próprio processo de humanização do sujeito... ” “ A educação escolar sempre deve ser vista na perspectiva da otimização das aprendizagens que, obviamente, já ocorrem no âmbito da família e em outros ambientes de interação humana ”, “ Pensar criticamente o fazer escolar significa pensá-lo com base em critérios e referenciais que possibilitam a compreensão das diferentes situações que ocorrem no cotidiano escolar, permitindo o encaminhamento justificado de soluções. É ai que se situa a diferença fundamental entre uma pedagogia de escola e uma pedagogia familiar, por exemplo ”, “ A educação, portanto, sempre se refere a esse sentido de cuidado que os pais, as gerações mais velhas, os que vieram antes, enfim, os que tem experiências para contar ou aprendizagens a testemunhar tem para com os filhos, as gerações mais novas, os que vieram depois e a quem interessa contar com o que os outros já experimentaram, já aprenderam ”.
O curso de formação implica em conhecimentos, todo conhecimento é uma criação, e ao ser aprendido ele é transformado e incorporado, é algo que nos altera, sempre está sustentado nos sentidos, é inacabado, o conhecimento só se mantém se for aprendido. Todo e qualquer conhecimento aparece como algo partilhado ( eu – outros ), processo de significação. O conhecimento que aprendemos depende de cada ser em si, de cada ser próprio, singular, é individualizado, em ritmo diferente em cada um. Quando o professor expõe um conteúdo igual para todos os alunos, cada um deles aprende do seu modo, “ Ex: quando o professor fala da casa de seu pai, ele vai falando como é a casa do pai, eu vou imaginando com algumas recordações que já tenho, outros colegas vão imaginando com suas recordações, mas nós não podemos saber o que se passa na cabeça do professor, eu e meus colegas temos a nossa imagem mas não a imagem do professor ”. Conhecimento é uma relação social, uma capacidade comunicativa, capacidade de estabelecer relações com os outros e com o mundo cientifico ( natureza ), social ( outros ) e subjetivo ( consigo ), a base do conhecimento não é uma construção, mas sim uma descoberta, um entendimento, uma construção intersubjetiva, conhecimento não existe fora de sujeitos e também não se passa, não se transmite de um para outro. Todo ato de conhecimento é criação, e quando é recriado chama – se de situação pedagógica de aprendizagem. Conhecimento é algo que um sujeito tem que diz respeito a um objeto, é construído à luz do universo de referências e sentidos do aprendente, perspectiva própria e única, todo aprendizado é pedagógico. O nosso auto-conhecimento se dá pelas manifestações dos outros, eu sei o que sou a partir do que os outros falam de mim. Não somos cópias de nossos pais pelo conhecimento e sim pelos gêns. Se eu tenho um conhecimento eu saberei passar esse conhecimento de alguma maneira para os outros, eu me transformo transformando os outros, toda transformação requer sofrimento, tudo tem seu custo. Cada um que vai ter o conhecimento vai se transformar por uma percepção conferindo sentido a esse conhecimento ( saber falar ).
Conforme Piaget, “ aprendizagem é a construção de novas relações ”. Aprender é compreender razões, motivos, é preciso saber entediar – se, se esforçar. “ Paradoxalmente temos que nos esforçar para sermos o mais claro possível na expectativa de que nosso interlocutor nos entenda ”, implica em transformar-se, aprender coisas novas, constituir-se, ampliar possibilidades humanas. Nada se aprende sem complexidade, sem envolvimento, sem tencionamento, sem disciplina, sem projetar – se. Cada pessoa entende as coisas da sua maneira, com seus pensamentos, entendemos as palavras que as pessoas falam, mas não o sentido que as palavras formam na mente dessas pessoas.
A linguagem é uma base do conhecimento, do mundo humano, uma forma de constituição dos sujeitos, sentidos como próprio de cada um, razão como “ coisa nossa ”. Eu sei o que sou a partir do que os outros falam de mim. A linguagem serve para provocarmos, instigarmos, não para transmitir. Os homens não se fazem ( criam ) sozinhos, eles precisam se socializar com os outros, só construímos conhecimento na relação com outros sujeitos, saímos da verga porque nos comunicamos.
Para me constituir professor eu tenho que aprender primeiro, tenho que me transformar. O educador sempre é ensinante e aprendente ao mesmo tempo, ele tem capacidade de enxergar a criança, de mostrar um mundo novo, de provocá – la, desafiá – la, instigá – la ao novo, o professor tem que ser 100% provocador, pois ele é o suporte dinâmico, é ele que domina e conhece teoricamente o processo ensino-aprendizagem. Paulo Freire diz que “ ninguém educa ninguém, e ninguém se educa sozinho”. A docência é o testemunho da própria aprendizagem mediante diálogo investigativo, o testemunho é a principal forma para equivaler a aprendizagem, o conhecimento, o professor tem que estudar, pesquisar, gostar e demonstrar o conhecimento para os alunos. “ O professor pode dar o testemunho de sua experiência, de sua aprendizagem, de sua pesquisa, de como elaborou percepções acerca da realidade e de como adquiriu habilidades, competencias, incorporou atitudes... do educador se requer que ele tenha aprendido antes. Não há como dar testemunho de algo que não se aprendeu, de algo que apenas se copiou ”.
A pesquisa é busca, investigação, querer saber mais, querer aprender, conhecer, é envolvimento, instigar a curiosidade, ter o aluno como sujeito agente do processo. Os projetos de pesquisa servem para termos aprendizagens exemplares / aprendizagens significativas nas escolas e salas de aula. “ A pesquisa tenta compreender os possíveis sentidos do ‘ensinar e do aprender’ na mediação da docência ”

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